sexta-feira, 24 de setembro de 2010
o colecionador de mundos
Essa luta não é sua! Acha que pode mudar de lado com essa facilidade? O que você fez, fez apenas por vaidade. Ao que Burton sahib respondeu-lhe: Vocês só pensam em categorias grosseiras, amigo e inimigo, nosso e deles, preto e branco. Não conseguem imaginar que possa existir algo intermediário? Quando assumo a identidade de outra pessoa, posso sentir como é ser essa pessoa. Isso é o que você imagina, retrucou o mestre. O disfarce não lhe dá acesso à alma. Não, claro que não. Mas me dá acesso, sim, aos sentimentos, porque eles são determinados pelo modo como os outros reagem a essa pessoa, e isso eu posso sentir. Burton sahid quase suplicava, de tanto que queria acreditar na verdade de suas palavras. Mas o mestre não teve piedade. Você pode se disfarçar, mas jamais saberá o que é ser um de nós. Sempre vai poder despir o disfarce, terá sempre esse último recurso. Nós, porém, somos prisioneiros da nossa pele. Jejuar não é o mesmo que morrer de fome.
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