Bom, no dia de apagar velinhas, deixo aqui uma homenagem a outra pessoa que completou anos dia desses e tava botando os pulmões pra fora. Me fez prometer declamar um discurso no dia do enterro, escrevi um epitáfio (nem sei se é assim que se escreve e se é isso mesmo que eu quero dizer) pro túmulo. Meio mórbido, mas eu achei simpático...
20 anos
Morreu Ana Carolina, quando deixava de adolescer e queria começar a crescer, a pequena. Sua alegria contagiava
Morreu Aninha, baixinha, espivetada e esquentadinha. Armava o barraco e subia na mesa.
Morreu passarinha, de voz tão potente e pouco desenvolvida, gaguejando e assustada quando se ouvia. Insegura quanto à altura do seu vôo alto, começava bem do baixinho.
Morreu Xuxu, carinho que vai se soltando aos poucos, para quem merece e é de confiança. Não fazia muita questão de abrir concesão.
Morreu sonhadora, querendo o que há de melhor para todos e eterna inconformada. Tinha dificuldade com o meio termo.
Morreu intensa, colorida e ameaçadora, muito alegre e muito triste, a lagarta. Bem no dia do seu aniversário, virada para a terceira década.
Esperamos que saia do casulo ainda mais ela.
2 comentários:
parabéns, rubão! pelo aniversário e pela formatura... vê se aparece qq dia, né?
Com um epitáfio assim acho que morreria jovem, e na verdade os pulmões continuam sendo postos para fora, cada dia é um pedacinho.
Não, mas tem mais uma década, é cedo pra parar.
E você que está chegando perto da metade da sua..
Eu te desejo asas, das mais voadoras; cores das mais coloridas e estradas das mais inusitadas..
Que possamos nos parabenizar por muitos anos, aqui ou na China. Numa mesa de bar, num epitáfio.
Sonhadores, inconformados, voláteis.
beijos piscianos
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