Já viram as imagens cinematográficas das pessoas se afogando? Tudo é claro, e diluído. Tudo em camara lenta e um desespero também lento e desarticulado, desespero que não explode senão devagar, quase parando; aproveitando o último fôlego de vista, de vida em flash-back lá fora no claro e diluído onde se deveria estar e ninguém faz nada, e ninguém pode fazer nada.
Passando em um vagão de montanha-russa por tudo, coisas boas e ruins, passa-se e não se pode parar, sem controle, e tudo longe e claro e riscado com a velocidade dos trilhos correndo e riscando. Estica-se o braço, é o que se pode. E nada nem esbarra. E todos olham esquisitos o esquisito que não para e não consegue parar.
Tic, tac, tic, tac, tic, tac, tic, tac, relógio fluorescente do lado da cama, marcando incessante o tempo que insiste em não passar.
E quem aparece tentando sumir e não conseguindo e tentando parar e não conseguindo e continuando e aparecendo.
5 comentários:
Tic, tac, tic, tac, tic, tac... pensando sem parar... tic, tac, tic, tac, tic, tac... tempo angustiante, segundos que duram horas... tic, tac, tic, tac, tic, tac... como fazer isso parar?!... tic, tac, tic, tac, tic,tac...
Tenho me sentido em um aquario onde vejo pessoas se afogando, silensiosamente, gritos silensiosos (ou seriam revoltas)....mas espere: eu tb estou me afogando.
Tudo realmente está muito esquisito, muito esquizo, muito cindido...
Nossa! É aqui que o pagodeiro se esconde? hehehe
Gostei do que abril te reservou. Sensações que, em instantes precisos, você permitiu-se habitar, entre montanhas-russas e pausas intermináveis e fôlegos sufocados e outras retóricas como esta!
Abril despedaçado...
Ei, não temos tempo e perder e temos todo o tempo do mundo!!!
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