terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

Psico personagem

Joãozinho foi criado no começo de 2003 e tem várias psico-referências. Continuando com a vocação pra depósito do blog, aí vai mais coisa velha...

Sem faixas na entrada do bloco ou certidão de nascimento
Joãozinho (sem turma)
Joãozinho, pra quem não conhece (ou não entendeu) é o típico estudante de Psicologia da USP. Fez o ensino médio em uma escola alternativa da zona oeste de São Paulo. Não passou de primeira, fez um ano de cursinho. Fez matrícula no primeiro dia, antes do almoço. Achou que ia ser o único homem no meio de um harém, apesar de ter namorada. Se decepcionou com a concorrência e ficou ainda mais triste quando as mulheres sumiram durante o curso. Joãozinho achava que a USP era uma maravilha e quando viu, achou ela meio largada. Na sua classe não entendia como tinham pessoas que estudavam tanto e sentavam em todas as aulas na primeira fila e outros que eram verdadeiros vagabundos e só apareciam nas baladas (que aliás, eram bem mais fraquinhas do que se podia esperar), nas provas, no clube do C.A., ou nas listas de presença. Achava o C.A. uma verdadeira chatice com pessoas que não se relacionavam e só falavam de política e a Atlética um oba-oba sem tamanho. No primeiro ano achou que o behaviorismo era a solução, explicou pra todos os parentes o sentido da vida por estímulo-resposta. Depois, já sem namorada e ficando com várias na Psico, fez a optativa da M.C.K. (as iniciais são pra preservar os professores e pra vocês não saberem de quem estamos falando), se apaixonou pela psicanálise. Desencanou depois da aula da W. H. G.; já não via sentido em nada, mas continuava analisando as pessoas de acordo com o que acreditava no momento.
Não, não, não, tudo isso não passa de uma mentira. Na real o João veio de transferência. Enfrentou uma prova muito mais difícil que a FUVEST (além dessa no ano que ele não entrou). Chegou meio perdido, não pertencia exatamente a nenhuma turma, isso o deixava meio triste. Não tinha sido recepcionado na calourada e ainda por cima a CG tinha ferrado com ele indeferindo todos os pedidos de equivalência. Caramba, isso não estava em seus planos, voltar do terceiro para o primeiro ano. Achou a USP uma bosta, era obrigado a assistir a aulas bem piores do que na faculdade inicial, e todos eram metidos e arrogantes. Sorte dele, encontrou um grupo de pessoas também transferidas. Eles precisavam de um líder, alguém que os unisse, que os fizessem ver aquilo que tinham em comum, objetivos, ideais, sonhos, desejos, fetiches, perversões. A partir de 2002 isso não foi mais problema, ele tinha um lugar na maior Universidade do país (alguém sabe quantos mil quilômetros quadrados a USP têm?). Ficava revoltado como tinha transferido que não estava nem aí com as atrocidades cometidas contra seu “povo”, contra eles. A articulação do movimento, entretanto, era difícil, pois não assistiam a nenhuma aula juntos e só se encontravam nos corredores de quarta-feira. Estavam separados como as faculdades que foram planejadas separadas para impedir sua articulação durante o regime militar, alguém tinha dúvidas que estavam sendo boicotados? Ele tinha um segredo, alguns diziam: Já era formado em psicologia por uma faculdade que estava pra ser fechada, prestou pós-graduação aqui, mas como teve muitos de seus pedidos de equivalalência indeferidos, acabou voltando para o primeiro ano da graduação.
Há quem diga que o nome do João é José, e que ele está aqui há mais de dez anos. Conhece tudo e todos da Psico-USP, já passou pelos cinco anos, mas ainda tem algumas pendências. Conhece todos os problemas do curso e das pessoas que andam por aí. Enquanto gasta o dinheiro público, José passa o tempo falando de política estudantil e dando encima das menininhas do primeiro ano. Há quem tenha certeza que ele nem está cursando psicologia, mas oceanografia. Pode ser até que ele seja apenas a criação de mentes sórdidas e/ou medrosas que querem meter o pau sem mostrar a cara pra bater. E Joãozinho é isso, multifacetado, são todos e nenhum. Personalidades múltiplas, ser folclórico, Joãozinho é. O homem, o mito: Joãozinho, muito prazer!

Um comentário:

Maricota disse...

De tão conhecida até eu já ouvi essa lenda urbana de vocês!!!