sábado, 15 de setembro de 2007

Hay que endurecer, pero pero sin perder la ternura jamás

(Bonus track do terceiro dia)





Eu já tinha trabalhado com pessoas que me davam medo e pareciam perigosas, com pessoas que me manipulavam e que faziam com que eu me sentisse sendo usado, com pessoas que eram muito dificeis de se entender que confirmavam a sensaçao sempre presente de que qualquer comunicaçao é impossível. Mas nao me lembro de ter enfrentado pessoas que nao quisessem. Que nao quisessem a minha presença, que nao quisessem o que eu tava oferecendo. Acho que sempre fiz bastante questao de tensionar nesse ponto até achar uma motivaçao que nao estivesse clara ou até que a relaçao terapeutica/tratamento deixasse de ser feito. "Se nao estao fazendo proveito do que eu estou oferecendo, que nao venham mais". Acontece que lá tem várias pessoas que nao querem fazer o que eu estou "propondo". E foda-se, eu tenho que fazer mesmo assim. Além do que, eu tenho que dar banho, colocar pra dormir, dar de comer. Nao dá pra esperar o tempo subjetivo, nao dá para deixar para a próxima sessao. É uma questao de sobrevivência, um trabalho que precisa ser feito e que enquanto nao é, atrasa toda a equipe, o funcionamento da casa, o bem estar do coletivo...


Fui fazer a higiene em uma, nao queria me abrir a porta do banheiro, precisei da intervençao da minha tutora, fui tentar com outra, nao quis, queria uma mulher pedi pra uma outra monitora fazer pra mim, fui tentar tirar um da cozinha precisei da ajuda de um cara que eu nunca tinha visto que só na conversa fez com que ele saísse, tinha que fazer a higiene de uma terceira, tentei fazer com que fosse para o banheiro duas vezes e nada, ai uma outra monitora chamou ela com a firmeza necessária e ela veio. Hahahahaha, mais incompetente impossível. Me senti um completo idiota.


E o que passa é que as pessoas com quem estou trabalhando conseguem ser duras e carinhosas ao mesmo tempo, muito mais carinhosas do que eu e conseguem todas as coisas simples que eu precisaria conseguir. Talvez eu precise entender melhor as razoes do que eu preciso fazer para ser mais duro, mais firme, já que estaria mais tranquilo em relaçao ao que precisa ser cobrado. Queria também ganhar a confiança das pessoas e ainda nao sei como fazer isso, saber como lidar com cada um, mas isso talvez seja muito distante de uma realidade tao esquizofrênica, muito sonho neurótico, enfim...











Será que eu preciso de supervisao? Quem poderá me ajudar?

Um comentário:

Marcelo disse...

É rubón.. vc fez psicologia e não um curso caça níquel qualquer. Vai ser sempre chamado a atuar.. não tem jeito de não manifestar-se neste mundo. Ainda bem que tem psicólogo que limpa a bosta das pessoas.. Se bem que, por aqui, tem umas faxineiras que fazem isso por uns trocados.. hehehee..