domingo, 18 de março de 2007

Texto Censurado

Nossa, passeando por acaso em meio a rascunhos do blogger, descobri meu primeiro texto censurado, que havia sido publicado e foi tirado da rede pelos censores. Isso realmente dá um peso para minha trajetória como escritor.

Além desse evento, outro acontecimento decisivo se desenrolou na balada na casa do Domeck, do Marcelinho e do Marquito: Estava eu me despedindo das pessoas quando me perguntam o por quê de eu não publicar meus textos. Aí a pessoa ao lado quis saber um pouco mais quando começou então uma descrição da minha obra seguida de um pequeno debate sobre as minhas influências. Foi totalmente inacreditável, como se eu fosse um escritor de verdade.
Bom, resumindo, agora eu sei que meus textos têm sempre algo de sarcasmo e ironia, uma beleza e uma rispidez, falam de amor, mas nada romântico ou idealizado e sobre a filhadaputices, geralmente falando algo da miséria humana de forma lírica, contos poéticos, que escrevo ficção não fictícia, que inclusive eu vivo quase tudo o que escrevo, que escrevo textos curtos por não conseguir prender a atenção do leitor criando expectativas ou mistérios e acabo levando as pessoas junto comigo pelas descobertas e amarguras sem conseguir brincar com a estrutura e com o que o leitor descobre em cada momento da leitura, característica descrita como incapacidade de criação de uma estrutura histérica, como as novelas fazem em cada capítulo e como lost faz em cada capítulo e na relação com o todo.
Houve então uma discussão acirrada sobre as influências literárias na minha obra como uma inspiração em Caio Fernando Abreu mesmo antes de lê-lo e sobre a possibilidade de eu ser um Woody Allen ainda imaturo, além de especulações sobre minha vida influenciando minha obra, se eu me odiava demais pelo sarcasmo e auto depreciação, ou se isso seria uma forma de eu comer mais menininhas ou se na verdade eu não me amaria demais por isso ficaria me depreciando.

Enfim, houve uma cobrança pela publicação, fiz a pergunta padrão, você compraria? E sim, foi a primeira pessoa com quem eu não tinha ficado que compraria, ai fiz as contas, acho que com ele uns 5, mais umas 5 pessoas da família tipo minha vó, meus outros avós (que nem entederiam, mas comprariam), meu pai, minha mãe e talvez conseguisse convencer minha irmã também... Aí fechou, quando eu contar 50 pessoas eu juro que publico.

A Carol já é a editora, ele ficou de fazer a orelha, ainda estão sobrando a contra capa e o prefácio. Corram, o sucesso é garantido!

Fica aí o texto e a publicação que eu resgatei das masmorras:


Feliz aniversário atrasado

Será que a Carol ainda entra aqui?

“Carolina, os teus olhos tristes guardam tanta dor...” Menina abandonada no pré pela mãe, lindos verdes olhos tristes transparecendo cada pequena dor do existir-ato que requer tanto esforço e dedicação. Pele e olhos claros carregando marcas lágrimas o peso do que É e o parto fórceps de tudo que poderia ser. Recatada “vaca de divinas tetas”, provedora de toda minha humanidade, mau humor e sonhos, caminhos e leituras à beira da estrada, estirada na grama, debaixo de sol depois das delícias de vó. Envelhecida incentivadora daquilo que é vida e floresce.

5 comentários:

Marcelo disse...

Eu não vou comprar. Ou melhor, até posso comprar, se for pra dar de presente pra um amigo que queira dar uma de intelectualzinho e bancar o leitor de obras mambembes com alguma mina blazé.. hauhauahuaha..

Rubis disse...

Aee Marcelinho, compra sim e dá de presente, aí só vão faltar 50, menos 10, menos 1, 39 pessoas! Mas acho que não vai rolar, quem entra aqui nem tem paciência de ler ou comentar essa porcaria. Vou esperar mais um pouco, tipo quando estiver à véspera da morte, aí vão me publicar e serei um escritor maldito, nunca reconhecido em vida. Só espero que não seja o mesmo plano de fama do Marquito...

Lu Tomé disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

E nem vai ficar, se tentar alguma coisa eu não compro mais nem escrevo orelha nenhuma, sua bicha histérica! hahahaha.
Faça o projeto, envie a uma amostra de 20 pessoas escolhidas a dedo (posso te indicar algumas boas pesssoas), solicitando gentilmente análise e crítica, e só depois edite de fato o livro. Mas é preciso que sejam pessoas críticas, de áreas distintas do conhecimento e não amiguinhos que vão babar ovo. É assim um processo adequado de publicação. É isso, por exemplo, que tenho feito com a obra Uma Estética da Falta. Abração.

Anônimo disse...

não sei. será que você quer mesmo publicar? de repente não é de um livro que você esteja falando. uma questão de forma...