quarta-feira, 11 de abril de 2007

Academia

Puuutz, muito engraçado já faz um mês que ando por esse universo paralelo da bizarrice. Espaço onde os homens são musculosos e suados e as mulheres tem bundas fenomenais, grandes e duras. Corpos perfeitos são possíveis de se obter, é uma questão de ginástica localizada e dedicação. Tempo para se preocupar e se ocupar em tornar carnes mais desejáveis. São figuras excelentes, curiosas ainda que um tanto esquemáticas e estereotipadas. Tem a mulherada, malhada que faz o dia inteiro só de exercício pra glúteos tão empinadas que deixam todos os caras ao redor babando, algo que seria chamado de histeria por psicólogos selvagens de plantão; tem os caras que acham que estão no meio de uma batalha, soltam sons guturais, ancestrais, caretas em frente ao espelho, aquecimentos enfáticos e frenéticos, verdadeiros guerreiros; existem os tiozinhos barrigudos um pouco fakes, que tentam fazer parte desse grupo amigos da mulecada que deixam sempre o cofrinho à mostra (momento que a mulecada se olha e dá uma risadinha discreta); os caras gigantes que colocam pra levantar sempre o dobro do que conseguem e desde o começo precisam de um amiguinho para ajudar a fazer o exercício (porque não fazer menos para conseguirem fazer sozinho???); tem também os tiozinhos e tiazinhas que estão tentando dar um up, muita bicicleta e revista, um pouco fora de forma, sempre conversando com o instrutor, recém-saudáveis ou recém-separados ou os dois. E os caras que poderiam ser modelos daqueles atlas do corpo humano com fotos de músculos e ossos? Tudo no lugar e definido e proporcional, bonito de se ver, sempre levantando uns 100 kilos sem muito esforço, aliás único tipo cujo esforço é também bonito de se ver, o resto quando se esforça é feio, é sofrido, é bastidor. No outro extremo da linha da admiração tem os caras que parecem adolescentes, zuando com todo mundo e especialmente com aquele que espera ser zuado para fazer parte da turma, fazendo bíceps e peitoral com bíceps e peitorais completamente desproporcianais e caricatos, sempre em bando, esperando o companheirinho para começar a fazer os exercícios. Outros, deslocados como eu, solitários e silênciosos, nunca conversam, temos vergonha de nos reconhecermos. Na verdade a única diferença é que nosso esforço parece ridículo ao espelho, estamos nos embelezando para outros lugares, não faz sentido perder tempo conversando na acadêmia.

3 comentários:

Anônimo disse...

putz, anos atrás tb. pertenci a esse mundo, e lendo sua descrição de si mesmo me lembrei um pouco de como me sentia... tinha uma gatinha lá, tb. sempre na dela, que eu acho que me olhava. nos olhávamos. e eu nunca falei com ela.

Rubis disse...

hahahahaa.
Ow, esqueci de um outro tipo, o das receitas, que na verdade são dois, um que sempre fala qual o modo correto de fazer o exercício, qual seria a melhor sequência, número de repetições, peso, etc e outro que tem sempre uma receita pra você ficar mais magro, ou mais forte, seja natural ou contra as leis. Mas é que lá onde eu to ninguém faz isso... Estranho, é que é na Escola Paulista de Medicina, ninguém deve ensinar ninguém por lá...

Marcelo disse...

Pois é, aquelas minas com aquelas bundas fantásticas é surreal. E lá que vc que a realidade não é meramente virtual.. Eu sempre fui o cara quietinho de academia. Ai, uma vez, uma dessas minas estupendas começou a me olhar. De tal modo, que até o prof. me deu uma indiretinha. Mas, por algum motivo, resolvi não adentrar no mundo da academia. Ai, a mina achou que eu era um cretinão mesmo.. arranjou um fortão.. depois um outro fortinho rico.. e nunca mais me olhou. Até que, um dia, vi ela na rua. Ela me olhou. E nosso olhares foram de saudade. E a história de nós dois ficou na imaginação, que é o melhor lugar para as histórias de amor..