sábado, 11 de novembro de 2006

Parei

Já que mandaram eu parar de colocar fotos aqui, seguem os textos velhos...

A joaninha

Era uma vez uma menina-gueixa. Silenciosa, dedicava-se a passar transparente por corredores sem fim, a andar nas sombras; dedicava-se a não ser vista. E assim seguia, invisível, até que o sol lhe tocasse os cabelos em uma manhã fria ou que alguém, distraído, lhe pousava os olhos. Outro admirador a lhe causar constrangimento e uma pontinha de orgulho; felicidade clandestina... Contida, continha em si todos os segredos do mundo e todos os prazeres da alma às custas de um andar estático, de respiração orquestrada e de atenção disciplinada e responsável.
Seus sorrisos, às vezes, a traíam.
Dedicava-se, ainda, à música. Tentativas de perfeição. Artes de deslumbrar... Admiradores orgulhosos, constrangidos, cladestinos; em segredo do mundo, de longe, contidos, disciplinados, responsáveis; olhares e atenção.
Algo, no entanto, aconteceu e ela, antiga senhora, foi dominada; olhares possuídos e tomados, incontrolados e incontroláveis a atingiram; foi contagiada: Quando se sabe de algumas coisas não se pode esquecer.
Transformou-se em joaninha.
Era uma vez uma joaninha singela voando despreocupada, acabando com as pragas ao seu alcance, sendo bela. Pousando em mãos para trazer sorte, semeando sorrisos e bons presságios. Pousava, alegrava e saía, a joaninha.

Rumo a outra mão...

E quem tocava, se encantava.

Um comentário:

Lis Bella disse...

Lindo...prefiro ser uma ave...ja que tem mais tempo de vida,mas sei que o pouco tempo de joana é o necessario para libertar sorrisos...
bj
Lis