Em silêncio os sorrisos não faziam sentido, não eram de nervoso. Sendo esboçados, ele ou ela tomavam consciência, forçavam que saísse enquanto tinham certeza que não cabia ali naquela situação. Tentavam a seriedade descabidos em si, músculos faciais remoendo.
Papéis e papéis sobre a mesa. Ele passeando a caneta entre dedos.
-São tantas coisas importantes que te distraem.
-Como assim? Ele com olhos baixos, como se a caneta necessitasse atenção.
-Não sei. Vou embora. Silêncio, como se tudo em volta parasse e cada momento e exitação fossem amplificadas e estivessem em foco
Ele, com os olhos levantados, fixa. Ela, olhos trêmulos. Fora, árvores cedendo ao vento e voltando ao lugar – Você espera que eu peça para você não ir.
- Mas você nunca faz isso, não é? Olhares de cobrança e indagação e silêncio. Silêncio. Ela passa por trás e senta ao lado. – Por que você faz isso? – Isso o que? – Não sei... – Te desafiar e te expor? – É – Porque eu sou sádico... Porque eu quero saber quem você é – E adianta? – E adianta? – Pra você – Não precisa ser pra mim... adianta (ele olha, ela concorda ou aceita). Eu gosto dos nossos diálogos
- Eles poderiam ser insuportáveis. Porque não são?
- Porque se dão entre pessoas que se gostam
- Poderiam ser ainda mais terríveis
- Porque tem boas intenções – Talvez não saibamos as intenções – Acho que temos a intenção, embora não saibamos o que estamos dizendo – Agora vou mesmo – Tchau – Tchau.
Um comentário:
E gosto de você...
Por tudo... e apesar de tudo...
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