sexta-feira, 15 de julho de 2005

Arte de Amar

Em homenagem ao Danilo, eu acho, ou não sei e relembrando o post da Carol já devidamente exposto nesse quartinho.


Deixa teu corpo entender-se com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

Manuel Bandeira


E a incomunicação...


Quero saber

Quero saber se você vem comigo
a não andar e não falar,
quero saber se ao fim alcançaremos
a incomunicação; por fim
ir com alguém a ver o ar puro,
a luz listrada do mar de cada dia
ou um objeto terrestre
e não ter nada que trocar
por fim, não introduzir mercadorias
como o faziam os colonizadores
trocando baralhinhos por silêncio.
Pago eu aqui por teu silêncio.
De acordo, eu te dou o meu
com uma condição: não nos compreender

Pablo Neruda (Últimos Sonetos)

5 comentários:

Danilo SG disse...

Impressionante! Muito bom!
Eu poderia dizer que essa vociferação foi bastante didática, para mim, no atravessamento do muro, para uma percepção do contato carnal com aquilo que me assusta, que me envergonha, produzindo uma superação da dicotomia entre a falta e a plenitude, sem parecer, ou ser, contraditório. Mas daí, seria como se eu tivesse compreendido...
Outra coisa. Fico muito feliz com a homenagem. Se o “eu acho” é porque há dúvidas quanto à frase do Bandeira, eu acho que ela faz todo sentido, em relação às possibilidades humanas. Uma questão que me fica é: se possível, como viabilizar esse tipo de incomunicação enquanto existência?

Monalisa Casa-2 disse...

Algumas almas me entendem perfeitamenete bem, agora ... se eu as entendo...isso uma outra questão.
essas coisas a gente às vezes leva tempo para descobrir.

quem é Tati ? disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
quem é Tati ? disse...

logo cedo quando resolvi escrever no blog da Carol pensei logo em duas coisas:
1 – escrever nos dois assim de cara? Over dose? Sera? Ah não sei... melhor pensar...
2 - ciumeira, talvez provocaria, veio depois uma tranqüilidade. O Rubens é adulto não vai sentir ciúmes desta poucas palavras. Sabia! Somos todos assim caixas constituídas com imenso emaranhado de veias, ossos e sangue mas com muito sentimento. Essa carência que todos possuímos, isso me lembra o Fernando Sabino. Esse Rubens menino maroto e inteligente me lembra o Fernando Sabino em cartas escritas para Clarice Lispector. As vezes ela por um contra tempo demorava a responder, lá vinha ele com seus choramingares :
“ Clarice, aqui e o fernando,me escreva! Me escreva Clarice, uma carta de sete paginas! Me escreva!”

Pronto...
Vou escrever !


Assim tomo coragem e coloco o testemunhal no orkut que escrevi a tempos mas a vergonha e a falta de intimidade fez com que ficasse arquivado em uma pasta de arquivos.

Muitos textos no seu blog me emocionaram mas o dos seus avos me deixaram assim tocada. Confesso, como uma sentimental irreparável eu chorei. Pois quem não quer um amor como o dos seus avos? Uma vida lado a lado que só quem vive pode saber seu significado.

Gosto dos seus textos, da forma subjetiva às vezes que escreve, querendo dizer tudo sem dizer nada. É possível ver a tristeza nas entrelinhas. Quando você fala sobre sua alegria evidente. Um blog versátil, onde as noticias do planalto chegam, e a indignação com o fórum social mundial que deixou de ser um significante na vida das pessoas que iam para ser um ou mais um movimento de massa com todas as suas implicações. Não lembra aquele livro do Saramago? Ensaio sobre a cegueira? Onde a massa perde a noção dos limites? Aborda também assuntos úteis como vemos a poucos dias, a traição do Roger e da mulher do João Kleber, e da alegria única do dono desse caderninho virtual, onde uma pessoa veio do google por causa desse post. Onde iremos? Qual será a próxima surpresa?
Só sei dizer uma coisa isso aqui vicia.
Eu escrevo também e se quiser ler meus textos curtos e não tão profundos : http://escolhaseusonho.blogspot.com/
Acho que era isso
Um beijo
tatty

Rubis disse...

Putz Danilo, não faço idéia. Mas já que o problema é a comunicação, a salvação (?) seria a incomunicação?
Hei Taty, fiquei muito feliz e honrado e contente e saltitante de saber que você se sente assim em relação ao que eu escrevo! :) E de você ter comentado, afinal de contas, as pessoas passam por aqui e nem comentam sabe se lá porque.
Espero que notícias relevantes como a do Roger continuem a acrescentar às vidas alheias que buscam nesse quartinho um pouco de sabedoria.
Assim que possível visitarei seu espaço virtual com calma.
Beijos