quinta-feira, 26 de maio de 2005

sobre um jornalzinho e o financiamento público de amenidades

Continuando a série de textos incríveis feitos pela minha pessoa, esse é a contribuição à saga do boca, jornal da psico. Impressionante como poucos são os tema que dão tanto pano pra manga
Tiveram uns acontecimentos posteriores à publicação desse texto. Parece que algum desses que andam por aí e não tem consideração por nada nem por ninguém escreveu uma série de pornografias e de baixarias. Esse mundo está perdido. Disse que o bom senso evocado por quem desencadeou a discussão de cu era rola. Vocês entenderam? Bom senso de cu é rola, disse o menino. Onde esse mundo vai parar?
Nossa diretora, auxiliada por outras docentes decentes (perdoem o trocadilho) vai dar um jeito nisso tudo. Não é censura, nem moralismo, mas é que fere as pessoas que lêem o jornal e são de boa índole. Além do que podem acusar o Instituto, que tem um nome a zelar, de promover pornografia. Deve ter alguma lei que regulamenta isso. Ela só precisa descobrir se a proibição está no código de ética do jornalismo, se está no estatuto da usp...
Aposto que vão ter alunos baderneiros querendo fazer bagunça por causa disso. Oras, é o simples uso do nosso bom senso
Como diria Freud: O bom senso anal se encontra no falo real e concreto
Continua...

Sugestões para o funcionamento do BOCA
Rubens (01)

O BOCA é a expressão de quem faz parte da comunidade IPUSP. Dele participam estudantes, funcionários e professores com todos esperando semanalmente o que sairá na edição seguinte. Por se caracterizar como canal de livre circulação de idéias o jornal faz um diagnóstico preciso do interesse de todos. Se alguém acha poesia importante, publicará um poema, se acha a mobilização social importante, publicará um apelo às massas. Fica simples então descobrir o que querem no BOCA: é aquilo que já está lá. Como em uma democracia razoável, os setores organizados (no caso quem se dispõe a escrever) dão a “linha editorial”.
A atual gestão do Centro Acadêmico se estruturou inspirado pelo BOCA. Pensávamos em criar mecanismos que possibilitassem a todos opinarem e somente seriam discutidas ou levadas adiante as questões que tivessem ao menos uma pessoa interessada. Acabava então o “isso é muito importante, precisamos fazer algo a respeito” sem que ninguém tivesse o mínimo interesse e tentando resolver todos os problemas do mundo. Ou seja, a abertura absoluta e não existir linha editorial é uma postura política. Todos tem o mesmo direito de se expressar e todos tem a possibilidade de serem reconhecidos pelo que apresentam. Isso produz um efeito na constituição da subjetividade. Não são as minorias esclarecidas que decidem o que é importante e o que não é, que dizem o que é de interesse público e o que é frivolidade. Além disso, essas minorias esclarecidas continuam tendo vantagem por já saberem de antemão o que é importante, enquanto os outros tentam descobrir.
O CA banca a publicação de todos os BOCAs com uma cota liberada pelo instituto. Concordo que temos que discutir algumas questões e estabelecer algumas regras. Será que vale a pena um jornal pra nós enquanto o mundo precisa da nossa cota? A defesa acima somada a todas as outras garante para o jornal um financiamento público? O número de páginas semanais é algo essencial, pois mesmo que se decida que o jornal é aberto e sem seleção, não significa que possam utilizar o número de xerox que bem entenderem. O BOCA estabelece cinco mil caracteres como limite para os textos. Ou estou enganado ou os textos do Baioni e do Israel do último ultrapassam esse limite. Outro ponto importante é que o CA doou 8 páginas por semana para o BOCA em uma tiragem que eu não me lembro qual era. Isso não vem sendo respeitado também. Uma última sugestão para o funcionamento poderia ser que o Centro Acadêmico tivesse preferência para publicar, já que se trata de um jornal do Centro Acadêmico. Por outro lado, vendo pelas últimas edições, por enquanto não existe necessidade alguma.

Um comentário:

Carolina disse...

Adorei o tracadilho e suas palavras ... mto bom!!! Sempre de mto bom senso seus textos. :)