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Princípios do Currículo
Rubens (01)
Esse texto pretende retomar um pouco os principais pontos do novo currículo. Por se tratar de um processo longo é importante retomar sua história para refletir o que foi esquecido, o que não faz mais sentido e o que é importante retomar. Esse texto tem a pretensão de apontar eventuais falhas e caminhos. O processo de reestruturação vêm se desenvolvendo desde 1996 e desde 2004 foi implementado.
Os atuais representantes da Comissão de Acompanhamento Curricular são Maria Tereza Coelho de Souza, José Moura, Ana Aguirre, Marta Hubner, Tiago Lima (04), Marcelo Ferretti (03) e Rubens (01). A seguir os pontos principais e alguns problemas relacionados.
Currículo formado por menos matérias obrigatórias: A idéia era que pudéssemos fazer menos matérias obrigatórias. Para isso, o ideal seria que as disciplinas obrigatórias de continuação (como psicopatologia II, relações humanas II) virassem optativas e outras deixassem de existir. Todos passam pelos mesmos conteúdos relativamente mais básicos e quem se interessasse continuaria a linha de uma determinada disciplina ou docente. Pensou-se que o conteúdo das obrigatórias passaria a ser mais básico, deixando o aprofundamento para as optativas, pois para se formar serão necessárias mais disciplinas.
Problema: O número de disciplinas do velho para o novo não diminuiu tanto, ou seja, passa a ser obrigatório fazer um número muito maior de disciplinas, o que implica em provas, textos, sobrecarga de horário, etc. As disciplinas perderam horas, mas continuam dando o mesmo conteúdo.
Um problema gravíssimo é que a carga horária das disciplinas obrigatórias oferecidas por outras unidades não foi reduzida. Enquanto na psico não temos mais do que três horas por semana em uma disciplina, na Bio e no ICB temos 8 horas semanais. Em parte, isso se deve a uma falta de posicionamento forte da Comissão de Graduação com relação às outras unidades, com pouca disposição dos docentes para resolver uma questão que já se estende a pelo menos dois anos e é um dos principais problemas estruturais da implementação do currículo tal como aprovado pela congregação do Instituto.
Currículo composto de matérias optativas: A idéia era de possibilitar ao estudante a escolha de que cara teria sua própria formação. Essas disciplinas que já eram feitas, mas passariam a ser reconhecidas como parte da formação básica. Elas passam a ser 40% do total. Passa-se também, a incentivar o estudante a buscar disciplinas em outras unidades, possibilitando uma formação mais ampla.
Problema: Os docentes não criaram muitas disciplinas novas e algumas das existentes não são oferecidas. A escolha ainda é bem limitada. Além disso, os estudantes ainda não têm o hábito de buscar disciplinas em outras unidades.
Disciplinas interdepartamentais: Um problema para a nossa formação é a divisão do Instituto em departamentos. O efeito percebido na graduação é a dificuldade de professores de departamentos diferentes, mas de linha ou área semelhante, conversem, troquem e ofereçam a nós os resultados desses diálogos. Com a criação dessa modalidade, as disciplinas passam a ser extremamente enriquecidas.
Problema: Ainda estão muito pouco estruturadas as disciplinas existentes.
Disciplinas de pesquisa: Disciplinas como prática e treino do PSA e PSE são criadas nos outros departamentos. É criada uma disciplina de Pesquisa interdepartamental. São contados créditos aos docentes e aos estudantes, incentivando a pesquisa mesmo que não haja bolsa ou outra forma de incentivo.
Problema: Ainda não saíram do papel ou estão engatinhando essas novas disciplinas, contando com pouco conhecimento por parte de docentes e estudantes.
Disciplina de Extensão: Uma matéria semelhante à de Pesquisa, que passa a contar créditos no eixo mais desprivilegiado da Universidade, a extensão.
Problema: Também não saiu do papel.
Fundamentação e Novas Áreas: No novo currículo, foi reservado um espaço maior para criação de disciplinas tais como Filosofia, A diversidade do conhecimento em Psicologia e Introdução à Pesquisa em Psicologia que pensam aspectos fundamentais da Psicologia e passam a ser obrigatórios, bem como Institucional, Lacan, Gestalt, Terapia cognitivo comportamental e psicodrama como áreas e formas de fazer a psicologia que antes não existiam como obrigatórias.
Problema: A disciplina de Filosofia ainda não existe, a de Diversidade do Conhecimento ainda é oferecida somente por docentes do PSE, sendo interdepartamental. Não há espaço para linhas da Psicologia mais recentes como Esquizoanálise e Transpessoal, pois não existem professores nem interesse em contratá-los.
Estágios: Não foram pensados durante a reestruturação curricular. Obedecem à mesma lógica das disciplinas de uma forma geral, dependem unicamente do estilo do professor para determinar seu conteúdo. A Comissão de Graduação não interfere nas disciplinas ou no estágio em nome de uma autonomia dos docentes, postura essa que compromete uma reflexão acerca do projeto pedagógico do IP.
Esperamos ter mostrado as possibilidades e dificuldades do currículo deixando claro que ele não está pronto, mas que se trata de um processo que conta com participação e precisa da colaboração de todos, docentes e estudantes.
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