Uma rua de terra longa e larga. O sol se pondo ao final da rua, sensações de calor e de frio. Casas pequenas e coloridas de ambos os lados, iguais na construção, cores vibrantes distintas entre si.
As pessoas todas se conhecem e se encontram na rua, todas-todas se cumprimentando.
Dentro das casas estão dispostos uma cama, uma janela e um relógio à frente, na parede. A sensação é de solidão; casas que, não lares, são muito pouco povoadas.
O sol não se põe nunca, ficando a todo momento a sensação de quase acabando, de quase escuridão, sempre. Por outro lado, os relógios com seus ponteiros são muito ligeiros, imprimindo irritação, atraso, ansiedade, imprimindo olhos irriquietos que não se fixam e atenção voltada para a tarefa seguinte. E a tarefa era sempre a mesma, encontrar alguém, vários. Disso vivia a vila, encontros sucessivos que aconteciam sempre com atraso (o tempo corria) e quando aconteciam, não havia o que ser dito, ambos se desculpavam pelo atraso, ambos se desculpavam pela falta de tempo para conversar mais, ambos se desculpavam por estarem atrasados. E iam ao encontro de outra pessoa, e iam ao encontro de outra pessoa. Não tinham tempo, pois estavam atrasados para não ter tempo de conversar com mais alguém. Tão sem tempo que estavam não tomavam banho, não faziam a barba, caiam na terra-lama e não se limpavam. Encontros e encontros onde relógios absolutos impunham sorrisos limites em olhos irriquietos
2 comentários:
Inferno que os moradores dessas casas pequenas e coloridas criam e perpertuam.....e estão tão envoltos nisso que não enchergam...não sabem quando isso começou e não lembram de outra forma de ser...
sei la....gostei da sua descrição..e fiquei pensando..
beijo
E não é que o rapaz também manda bem em prosa... Legal Rubão!
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